Rentabilidade no comércio eletrônico
Esse ano fomos surpreendidos com o crescimento do nosso comércio e ao mesmo tempo com uma triste realidade constatada: poucos são os players de comércio eletrônico que realmente dão lucro.
O que faz você, gestor geral de um e-commerce, pensar, não? Será que estamos no caminho certo? Onde estará o problema?
Entendo que a criação de uma marca gera um custo muito grande, e faz sentido operar no vermelho para se criar presença de marca em um mercado tão competitivo como o nosso. Porém, em alguns momentos, creio que isso passa das medidas.
Hora de repensar o modelo
Vejo grandes players (que gastam fortunas em marca) ainda brigando pelo custo por clique e entrando em leilões que não levam a nada, cada vez mais páginas verticalizadas nos buscadores de tantos links patrocinados. Mas e o cliente? A conversão? Isso vem crescendo nas mesmas proporções que o custo de aquisição do cliente?
Acho que aí está um ponto para ser discutido incansavelmente. Até quando vamos insistir nessas fórmulas prontas e esquecer de aliar a tecnologia com a nossa necessidade?
Custos precisam ser mensurados
Outras vezes vejo o investimento em tecnologia ficar obsoleto muito rápido (será que está mesmo obsoleto?!). Claro que o mais importante deste mercado é estar à frente e quando se é grande isso é muito importante, mas será que não vale a pena fazer contas? Será que precisamos migrar tanto de sistemas? Será que não podemos fazer mais com menos? Usamos todo o potencial do nosso time?
Penso que isso tudo parte de uma grande premissa: esquecemos de fazer as contas e esse é o problema de grande parte dos e-commerces: a contabilidade básica.
Precisamos fazer caixa para podermos investir, a não ser que seja um investimento sem custo, aí podemos fazer à vontade. Entretanto, como eles quase não existem, precisamos fazer contas. O varejo é muito perigoso por isso.
Planejamento é essencial
O Business Plan precisa existir e ser seguido, não existe negócio de sucesso sem lucro, ao menos foi o que aprendi. Acho que devemos pensar menos na filosofia de Porter e mais em Maquiavel.
Acho bonito cases e histórias de sucesso, porém os meus olhos brilham ao ver que todo o trabalho apresentou resultado no caixa da empresa. Cliente feliz, colaboradores trabalhando sem dar voltas para o nada e o empreendedor feliz dando lucro ao investidor ou pagando suas contas no banco.
Sei que esse é um campo minado e poucos de nós se arriscam a falar sobre esse assunto, pois é o nosso “Tendão de Aquiles”, nosso ponto fraco, mas conheço histórias incríveis, totalmente online, que estão reinventando o varejo eletrônico, um comércio sustentável para todos os lados. De nada adianta ter a melhor tecnologia e não responder no final do mês. Quando digo ao final dos meus artigos “boas vendas”, também desejo lucros, e vocês? Não?
Discutindo a questão
Não é pecado lucrar no comércio online, o nome já diz “comércio” devemos ganhar ao vender o que quer que seja.
Acho que temos muitos pontos a acrescentar aqui, e fico ansiosa para ouvir os comentários de vocês. Quem sabe juntos vamos dar ideias que façam todos nós reagir e mostrar ao mundo que o comércio eletrônico é sim lucrativo, mesmo no Brasil onde ser empreendedor é viver de teimoso!
Por Fátima A. Bana