Na Internet nada se cria mas nem tudo se copia!
Empreendedores e empresários brasileiros que atuam na Internet tem sido chamados de desinformados, de imitadores de sistemas, aplicativos e serviços americanos. Nem de longe isso poderia ser uma verdade absoluta. Todos os dias, milhares de ideias e inovações surgem no mundo e, por muitas vezes, trata-se de negócios similares e simultâneos em locais e países diferentes.
Simples cópia ou inovação?
Mas, mesmo que seja um negócio pensado e baseado em um modelo já existente ou importado de modelos de negócios internacionais, também não podem ser taxados de “imitação barata”, a não ser que seja um simples “CopyCat” (tipo um Control C + Control V bem descarado). O mercado é enorme, está aberto e a Internet é livre e jovem.
Se o produto ou o serviço não existe, ou existe mas não tem qualquer penetração na sua região e você conseguiu inovar e desenvolver um serviço adaptado e “climatizado”, baseado em um modelo de sucesso, qual o problema? Se isso fosse errado, não teríamos no Brasil, por exemplo, redes sociais de nichos, e-commerce de sapatos, portais de notícias, sites de compras coletivas, download de música, serviços de geolocalização, classificados, busca de preços e por ai vai.
A quem cria uma coisa que não existe, chamamos de inventor. O cara que bola uma novidade e que consegue implementar uma ideia ou solução na prática, no mercado, deveria ser chamado de empreendedor ou inovador. Nem sempre é isso que acontece no mundo dos negócios online.
Meu exemplo de empresário e investidor
Para exemplificar melhor o que quero dizer, essa semana lançamos no Brasil um serviço “Do It Yoursef” (faça sozinho) para criar e promover eventos de todos os tipos no modelo Wizard Web. Baseado em nossa experiência de plataforma de sistemas para venda de ingressos pela Internet do Show de Ingressos, identificamos que todo o trabalho e serviço manual que tínhamos que fazer para botar uma página de um evento no ar poderia ser realizado de forma automática.
Mais do que isso, poderíamos fazer um assistente para o próprio organizador do evento. Isso para que ele, sem precisar falar conosco e longe de nossa interferência operacional, pudesse fazer seu site. Assim nasceu o www.compreafesta.com.br. Porém, este serviço já existe no resto do mundo. O modelo similar americano, o EventBrite, também neste formato Wizard (assistente automático para eventos pequenos e grandes), está entre as três maiores empresas do mercado de ingressos online de lá.
Foi uma cópia? Outras perguntas precisam ser respondidas antes: o EventBrite, o TicketScript, o EventBee e outras 60 empresas iguais no mundo estão fisicamente no Brasil? Conhecem o mercado local de ingressos como nós conhecemos? Tem relacionamento local? Conhecem as especificações, legislação e características do mercado Brasileiro? Claro que não! Até poderiam, mas mesmo se estivessem desembarcados por aqui, qual o problema em nós termos um modelo Wizard similar ao deles (no conceito e não no conteúdo), mas partindo do nosso sistema que já existe e faz sucesso há mais de 3 anos? Nenhum, obviamente!
O mercado existe. Quem quer desenvolvê-lo e aproveitá-lo?
Se chegarem até aqui de olho no mercado promissor e nos mais de 83 milhões de brasileiros conectados na Internet (e crescendo!) e já faturando R$ 18,7 bilhões em e-commerce, seremos concorrentes e ponto! Chegamos aqui antes, temos capacidade técnica igual ou melhor que a deles e somos genuínos brasileiros, acreditamos no poder que essa nação representa.
Pois bem, voltando ao “X da questão” da minha reflexão, acredito que esses produtos similares continuarão a ser criados na Internet, porque os sistemas são pensados basicamente para solucionar problemas e facilitar a vida das pessoas ou para complementar serviços das plataformas já existentes, como por exemplo Google, Facebook e Twitter. A verdade é que esses problemas também são similares em qualquer lugar do mundo. Este é o ponto!
Nós, brasileiros, não somos meros imitadores. Somos inovadores e empreendedores que enxergam, desenvolvem e aproveitam as oportunidades no mercado. Pense nisso!
Por João Kepler