Vale a pena investir em uma microfranquia?

Será que vale a pena investir em uma microfranquia? Veja nesta artigo os argumentos a favor e contra o modelo de microfranquias, que vem ganhando espaço no mercado brasileiro.

Vale a pena investir em uma microfranquia?

Será que vale a pena investir em uma microfranquia? Essa é uma dúvida recorrente para os empreendedores que pensam em ingressar no universo do franchising.

Certamente se você está pensando em investir em franquia e tem pesquisado sobre esse mercado já deve ter se deparado com as microfranquias. Com investimento baixo e operacional simplificado, o modelo atrai investidores de diferentes áreas e perfis.

Nos últimos anos, o número de redes que operam com modelo de microfranquia tem registrado crescimento constante.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising – ABF, em 2013, 384 redes de franquias tinham um modelo de microfranquia; em 2016, esse total saltou para 557.

A expectativa é que esse número continue crescendo: 36% das franquias que ainda não trabalham com modelo micro afirmam ter interesse em implementá-lo nos próximos anos.

Por serem franquias baratas, o apelo é grande para os investidores e o modelo tem impulsionado a presença das marcas no mercado. Ainda segundo a ABF, 31% das redes que operam apenas como microfranquias possuem mais de 100 unidades ativas.

Na hora de decidir pelo investimento, entretanto, as microfranquias podem gerar ainda mais dúvidas que os modelos de franquias convencionais.

Além do baixo custo deixar alguns empreendedores receosos, questões acerca da operação e do retorno do negócio são bastante comuns.

Para fazer uma escolha acertada, conhecer a fundo as características do modelo, o perfil do próprio investidor e suas expectativas quanto à franquia são pontos fundamentais.

A microfranquia pode ser a opção ideal para muitos empreendedores; para outros, porém, uma franquia mais tradicional pode ser a melhor alternativa.

Nesta matéria, você entende o que é uma microfranquia e descobre como avaliar se esse é o formato certo para investir.

O que é uma microfranquia?

De acordo com a definição adotada pela ABF, é considerado microfranquia todo negócio que expande por meio de franchising e tem investimento inicial mais baixo, inferior ao das franquias tradicionais.

Com isso, os modelos de microfranquias mais comuns são aqueles com operação home based e franquias virtuais. Porém, isso não é uma regra: é possível encontrar microfranquias em todos os setores do mercado, com diferentes modalidades de operação.

Modelos mais enxutos, como delivery, alguns modelos móveis e quiosques mais compactos também podem se adequar à definição.

Segundo dados da ABF, a maior parte das unidades de microfranquias em funcionamento estão localizadas em cidades de médio porte, com entre 100 mil e 300 mil habitantes.

A região Sudeste se destaca com o maior número de unidades, que atuam principalmente em operações de rua e home office.

Perante à Lei de Franquia, não há diferença entre uma franquia tradicional e uma microfranquia. Desta forma, redes que trabalham com modelos de microfranquia também devem obedecer às normas e regulamentações da lei, adotando a padronização para a Circular de Oferta da Franquia e contrato.

Quanto custa uma microfranquia?

A referência de padrão para o investimento em microfranquias instituída pela ABF é de até três vezes o valor do PIB per capita. Com base nos dados atuais, temos então que as microfranquias podem ter investimento inicial de até 90 mil reais.

Na prática, os valores adotados pelas redes em operação são ainda mais baixos. Segundo estudo da ABF de 2016, redes que atuam apenas como microfranquias têm investimento inicial médio de pouco mais de 44 mil reais.

Já as redes que têm modelos de microfranquias e modelos tradicionais, vendem o formato micro por uma média de 54,4 mil reais.

“Os modelos de franquias home based de e-commerce ou que permitem escritórios compartilhados (coworking) costumam diminuir a necessidade de custo fixo de um PDV ou escritório convencional o que acaba impactando no valor total da franquia, deixando-a mais em conta”, acrescenta Bianca Zeitoun Oglouyan, consultora da TEAR Franchising.

Além do baixo investimento inicial, esses formatos podem oferecer ao investidor outras vantagens que reduzem custos operacionais. O trabalho home based e a isenção de royalties e fundo de propaganda são bons exemplos disso.

O prazo de retorno de investimento também costuma ser reduzido, em comparação à maioria das franquias convencionais: a maior parte das microfranquias promete retorno entre 12 e 18 meses, segundo a ABF.

Vale a pena investir em microfranquia?

Vários fatores devem ser analisados antes de tomar a decisão de investir em uma microfranquia, a começar pelo perfil do candidato a franqueado.

Segundo a ABF, atualmente a maior parte dos franqueados deste modelo são jovens empreendedores com idade entre 26 e 35 anos, com formação superior. Porém, é possível encontrar casos de perfis bastante diversos – investidores com menos de 25 anos ou com mais de 65 anos, com mestrado completo ou certificação de ensino médio.

Para Bianca Zeitoun Oglouyan, as microfranquias são ideais para investidores que pretendem abrir mais de uma unidade do negócio: “o modelo é indicado para ganhar em escala, no volume, uma vez que o investimento nas microfranquias é mais baixo e o lucro líquido, consequentemente, também”, explica.

O faturamento de uma unidade de microfranquia vai variar muito conforme o segmento, o modelo de operação e a própria rede, mas, no geral, a estimativa é que esse formato de franquia tenha ganhos menores que outros mais tradicionais.

A pesquisa da ABF apurou que na maior parte das microfranquias o pró labore médio mensal dos franqueados fica na faixa de 2 mil reais a 4 mil reais.

Por conta do faturamento mais baixo, Bianca aponta que as microfranquias também são indicadas para quem busca opções de negócio para complementar a renda. Por proporcionar flexibilidade de horários e não exigir dedicação integral, o franqueado consegue organizar suas horas de trabalho conciliando o negócio com outras atividades, incluindo com um emprego formal.

Porém, ainda que não exija dedicação integral à franquia, os microfranqueados devem estar preparados para o trabalho, visto que, neste formato, o sucesso do negócio está diretamente ligado à operação do investidor.

“O investidor não pode achar que investirá pouco e ganhará muito, nem que irá trabalhar pouco. Seja a franquia a atividade principal ou complemento de renda, o trabalho é inerente ao processo – nas microfranquias mais ainda, uma vez que o investidor assume múltiplos papéis para manter os custos baixos”, alerta Bianca.

De fato, as microfranquias são um bom negócio para quem pretende trabalhar sozinho ou com uma equipe reduzida de funcionários ou sócios. De acordo com dados da ABF, em média, as microfranquias têm menos de três funcionários por unidade.

Dependendo do segmento de atuação, o franqueado pode exercer diferentes papéis – desde apenas fazer a gestão do negócio até ser o próprio prestador de um serviço. A ABF apurou que as três principais atividades predominantes de um franqueado de microfranquia são comercial, gerencial e operacional.

Como já mencionado, muitas das oportunidades em microfranquias baratas possibilitam que o franqueado trabalhe em home office. Portanto, o formato também é uma boa pedida para quem deseja passar mais tempo com a família ou deseja fugir de horas no trânsito e eliminar custos de salas comerciais – desde que haja equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

“Quem se propõe a trabalhar em casa precisa ter muita cautela para não trabalhar demais, nem de menos. Separar um espaço físico para o trabalho, fechar a porta, estabelecer horários: tudo isso é muito importante para não se atrapalhar, criar rotina e disciplina”, aconselha Bianca.

Além do perfil e das expectativas do franqueado, é preciso avaliar a estrutura oferecida pela franqueadora para este modelo de franquia. Lembre-se que, apesar de ser um modelo mais enxuto e com investimento reduzido, a rede deve fornecer suporte, treinamento e todo o sistema de transferência de know how para o investidor.

Para garantir que tudo vai sair como prometido pela franqueadora e conforme consta na COF, Bianca aconselha conversar com outros franqueados de microfranquia. “É importante perguntar a quem já é franqueado da rede sobre o nível de dedicação ao negócio, os custos de abertura, o suporte da franqueadora e sobre o retorno do investimento”, aponta a consultora.

Por fim, antes de assinar o contrato com a franqueadora, vale buscar apoio de profissionais para não ficar com nenhuma dúvida pendente – advogados, contadores e consultores podem ser um ótimo suporte neste momento.

Depois de conhecer todos estes números e ler as avaliações de profissionais do ramo, o que você acha? Vale a pena investir em uma microfranquia? Para se manter atualizado, assine a nossa Newsletter.

Fonte: Guia Franquias de Sucesso

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